quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Francisco Francioni


Relato da tia Alice sobre o Francisco Francioni.

Meu avô Francisco, primeiro filho do casal Oreste e Ernestina, nasceu em Petrópolis no dia 06/01/1899. Aos dezoito anos conheceu minha avó Maria e se casou no dia 19/12/1917.

Quando jovem, aprendeu a dirigir e foi para o Rio de Janeiro trabalhar como motorista profissional para famílias ricas. Naquela época, as famílias mais abastadas tinham casas em Petrópolis para fugir do calor do Rio. Então, ele sempre estava na sua cidade natal durante o verão. 

Uma das famílias era do Sr. Ernesto G. Fontes e a outra era Landsberg. Eram pessoas boas e que nos tratavam com muito respeito. Tanto que quando nasceu o primeiro filho de mamãe (filha do Francisco) ganhou o nome de Paulo em homenagem a um rapaz da família que ela gostava. 

Certa vez, em um período de férias, uma das famílias foi para a Europa de navio e levou o carro. Parecia até o filme do Titanic quando eles guincharam o carro para colocar no navio. Vovô foi junto, claro, e dirigiu durante quatro meses pela Itália e Alemanha. Conheceu várias cidades, culturas diferentes e voltava sempre cheio de novidades. Minha mãe Norma, quando criança, foi a primeira pessoa a usar fecho-eclair em Petrópolis. 

Francisco era um homem bonito, alto, com porte atlético e "se achava". Por causa disso, tinha um grande problema: mulherengo. Vovó começou a ter os filhos e acabou fazendo "vista grossa" para esse comportamento dele. 

Mas um dia, vovó Maria se viu abandonada com seis filhos pequenos. A mais velha tinha 14 anos e o mais novo com apenas quatro. Francisco, simplesmente, desapareceu. Parecia coisa de filme antigo, foi ali comprar alguma coisa e não voltou mais pra casa. Como vovó já conhecia a "figura", desconfiou logo que o sumiço era por causa de alguma mulher.

E estava certa! Vovó ficou sabendo que foi trocada pela cozinheira da família onde Francisco trabalhava. Mas não parou por aí porque na mesma casa ele tinha outra. E depois ainda foi morar com uma outra Maria que morava no Alto da Boa Vista. Mas, como ele gostava de uma aventura, ainda teve uma terceira mulher que morava em Nova Iguaçu. Então ele ia para a casa da filha Norma em Marechal Hermes e escapava para ver a terceira mulher. Norma encobria e ajudava quando a Maria chamava por telefone. 

Apesar de ter abandonado a esposa e criado uma situação muito difícil para todos, os filhos gostavam dele. No final da vida morou um tempo com tio Célio em Petrópolis. Morreu aos 80 anos com um câncer na laringe. 


 


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